Partida e Chegada – Póvoa das Leiras
Extensão – 26,4 Km
Duração – 10h
Dificuldade – Muito difícil
Carta Topográfica – 155, 156, 165 e 166
Ficheiro GPX – olhar aqui
Para plataformas móveis olhar fotos aqui.
Descrição
Muitos são os trilhos que percorrem a zona do maciço da serra da Arada num constante sobe e desce… vales profundos e cumeadas altaneiras que permitem olhares de cortar a respiração.
De novo na companhia de ValesErrantes, fomos à procura de trekking puro e duro, aquele que no final faz mossa mas que nos satisfaz em pleno.
Com início em Póvoa das Leiras, junto à capela, segue-se um troço do designado trilho dos Incas até à cumeada da Serra da Ribeira.
Este troço tem esta designação pois assemelha-se ao verdadeiro “Inca Trail” construído pelo povo Inca, em que o caminho é conquistado à encosta abrupta através de lajes de pedra.
Da cumeada é descer sem dificuldade, sempre pelo dorso da serra da ribeira até à elevação designada por Corucho da Pena Ruiva. Aproveite durante a descida para observar a imensidão das encostas e vales a nascente, não tarda nada irá percorrê-los.
Junto à elevação deve seguir pela esquerda até ao rio Paivô onde o atravessa pelas poldras.
Sem entrar na aldeia de Covêlo de Paivô há que entrar no caminho que liga esta aldeia à aldeia de Regoufe. Este troço é homologado, designado por PR13 - Na Senda do Paivô (já percorrido e descrito anteriormente por Olhares Sublimes - ver aqui), e não apresenta qualquer tipo de dificuldade já que é percorrido em caminhos lajeados.
Chegando a Regoufe atravessa-se a aldeia e o seu ribeiro em direcção a sul, para entrar num caminho que sobe a encosta e nos leva até ao Mato de Belide.
Neste ponto aproveite para ganhar fôlego da subida e contemple a visão perfilada de toda a Serra da Ribeira, por onde desceu até chegar ao rio Paivô.
Daqui segue-se em direcção a nascente, subindo ao Alto do Celado e pela cumeada chegar à estrada de asfalto que o levará até ao Portal do Inferno.
Prepare-se porque a subida para o Alto do Celado parece uma parede, pare de vez em quando e contemple atrás de si, duas linhas de água que moldaram a montanha fazendo com que esta se pareça com uma “garra”… sublime não?!!!.
Chegando à estrada de asfalto segue-se a mesma à direita e rapidamente se alcança o Portal do Inferno.
Crista de largura que apenas dá passagem à estrada surge em ambos os lados dois precipícios que certamente provocarão vertigens aos mais sensíveis. Do lado nascente consegue-se avistar a aldeia de Covas do Monte e do lado poente a Ribeira de Palhais que corre em direcção à aldeia abandonada de Drave, que actualmente é usada como uma das bases do Corpo Nacional de Escutas.
Contemplado o local, o objectivo agora é chegar à Ribeira de Palhais.
A descida efectuada por Olhares Sublimes e registada no respectivo ficheiro gpx não é de todo aconselhada devido à sua perigosidade, nomeadamente no que diz respeito ao declive, ausência de trilho, muita vegetação e muita pedra solta… É o que dá confiar em registos de trilhas cuja descrição é imprecisa.
O ideal será continuar em direcção a sul até alcançar a curva de nível à cota 850, e daí seguir na direcção da ribeira até alcançar o seu leito junto a um carvalho para aí passar para a margem esquerda (ver ficheiro gpx idealizado por Vales Errantes - ver aqui).
Chegando à margem esquerda rapidamente se chega a Drave para uma merecida pausa. O caminho está relativamente bem definido, conduzindo-nos umas vezes pela margem esquerda outras pela direita.
Sobre Drave muito se pode dizer… a magia está lá… o ideal é mesmo visitar…
Continuando a jornada o próximo objectivo é a aldeia de Gourim já no distrito de Viseu, concelho de S. Pedro do Sul. Para isso há que ultrapassar a elevação a sul, a subida fez-se pelo caminho primitivo de acesso à aldeia de Drave e não pelo novo estradão. Chegando ao topo é só descer pelo estradão até Gourim.
No topo não se esqueça de contemplar as vistas magníficas sobre as serras circundantes e pode observar também grande parte do percurso que percorreu até aqui.
Durante a descida para Gourim pode observar o trilho que se avista na encosta a sul e que vai percorrendo todo o seu dorso até ao alto da Arada. É este trilho que deve percorrer após passar pela aldeia.
A aldeia só não está abandonada porque existe alguém com coragem para recuperar uma casa à entrada da aldeia, talvez para casa de fim de semana. Realmente é preciso coragem… nem rede eléctrica existe!!!
Após passar a aldeia há que atravessar o rio Paivô mas para lá chegar, antes tem de ultrapassar os campos em socalcos que devido à vegetação não é fácil encontrar o melhor caminho. Também não é fácil descobrir o local ideal para o atravessamento do rio e entrada no trilho que sobe para o alto de Arada. Aqui há que ter um pouco de sentimento e experiência. Fizemos o atravessamento por uma espécie de açude pois foi o que nos pareceu melhor para alcançar aquilo que parecia ser um trilho na margem esquerda do rio. Seguindo esse trilho por poucos metros, até ao sopé da crista, há que começar a subir para encontrar o trilho avistado na descida para Gourim. Neste local a vegetação chega a ultrapassar a altura de uma pessoa de estatura média/alta o que torna a progressão não muito fácil, mas encontrando o trilho é sempre a andar até ao alto de Arada. Vá parando de vez em quando e observe a aldeia de Gourim a afastar-se cada vez mais.
A chegada ao alto da Arada acontece junto à estrada de asfalto, as maiores dificuldades terminaram. Ganhar fôlego, contemplar outro olhar sublime em que se vê quase todo o percurso já percorrido e seguir sempre por estrada até ao Alto da Cota.
Quando os horizontes se abrirem, aquando da passagem pelo ponto de maior cota do percurso - 1060m, se o céu permitir pode avistar no quadrante Este-Sul a silhueta inconfundível da Serra da Estrela.
Atravessado o parque eólico da Serra da Arada alcança o Alto da Cota e deve iniciar a descida da Serra da Coelheira, pela sua vertente poente ligeiramente a corta mato, até encontrar um trilho antigo já muito deteriorado mas que está representado em cartas militares antigas. Este trilho irá conduzi-lo até à estrada de asfalto que rapidamente e poucos metros percorridos nesta estará no fim da jornada.
Conclusão
Percurso de extrema beleza paisagística e que cobra essa beleza com a exigência física necessária para ultrapassar o constante sobe e desce de desníveis acentuados.
Se há altura ideal para a realização deste percurso é entre Maio e Junho onde os tons de amarelo e lilás, da carqueja e da urze respectivamente, conferem às encostas serranas uma tonalidade impar.
Olhares Positivos
- quotidiano das aldeias;
- riqueza paisagística.
Olhares Negativos (menos positivos)
- novamente os geradores eólicos.
Observações
- a passagem por duas aldeias habitadas e por estradas asfaltadas possibilita, em caso de emergência, o cancelamento do percurso. Por este mesmo motivo pode contemplar a zona da Serra da Arada através de um passeio de automóvel;
- pontos de água nas aldeias ou nas várias linhas de água e rios atravessados.
mosteiro nossa senhora assunção